Um intercâmbio serve a vários propósitos. Descubra qual é o seu a partir dos relatos de quem viveu na pele a experiência de estudar fora do Brasil
Programa de Férias
Arlete Ivina do Vale Prado Afonso
Estudante, 16 anos
Três semanas em Malibu, EUA
“Optei por fazer um programa de férias por ser a minha primeira viagem sem os meus pais e também a minha primeira viagem internacional. Nas três semanas que passei na cidade, pude aprender muito sobre a língua inglesa e a cultura, não apenas a dos americanos, mas também a de outros intercambistas, pessoas com quem eu aprendi muito com suas experiências e, com isso, pude crescer como ser humano. A escola, por outro lado, me ajudou muito a melhorar no quesito de horários, pois eles são muito rígidos quanto à pontualidade. Fiz amizades com as quais sempre tento manter o contato, e, inclusive, já estamos planejando outras viagens juntas. Sempre tive vontade de estudar no exterior, e depois do programa de férias, percebi que o sonho não era tão distante de realizar. Atualmente, estou me planejando para estudar no Canadá”.
Curso Profissional
Diogo Medeiros de Freitas
Avaliador de fragrâncias, 31 anos
Um mês em Paris, França
“Para a profissão que eu apostava na época – avaliação de fragrâncias e perfumaria, área na qual atuo hoje – falar inglês era o básico necessário. O francês parecia ser o idioma mais indicado para a minha área, e seria um ponto de destaque no meu CV. Fiz um curso na cidade de Grasse, o berço da perfumaria, em uma das casas de fragrâncias mais antigas do mundo. Foi uma experiência muito bacana. No fim, você podia criar a sua própria mistura e sair de lá com um perfume com um cheiro único, feito por você. O intercâmbio pareceu ser a melhor opção para vivenciar toda a França – cultura e gastronomicamente, além de estudar o idioma – e uniria estudo e prática para a minha vida profissional. O curso me deu mais conhecimento sobre o assunto, o que ajudou a me destacar na área de perfumaria”.
Curso de idiomas
Alysson José da Silva
Engenheiro Civil, 26 anos
Um ano em Florença, Itália
“Amo línguas. Já falava inglês e tinha o básico do espanhol. O italiano é uma língua que sempre achei muito sonora e bonita. Depois de um ano de contato diário e ininterrupto com a língua, considero que alcancei um nível bem avançado. Para quem chegou ao país apenas com um curso on-line que só possibilitava me apresentar e basicamente fazer um pedido em restaurantes, voltei totalmente imerso na cultura. Dividia um apartamento com mais quatro pessoas, e nenhuma delas era brasileira. O italiano era a língua que unia a todos. Além disso, foi a primeira vez que fui morar sozinho, longe da casa dos meus pais. A experiência me deu mais autonomia e aumentou o meu senso de responsabilidade. Florença é história pura. Ver o pôr do sol tomando um bom vinho toscano na Piazzale Michelangelo, de onde se tem uma vista panorâmica de toda a cidade, é uma experiência incrível”.
Study & Work
Bárbara Silveira Nazareth
Publicitária, 24 anos
Oito meses em Dublin, Irlanda
“Houve um grande corte de funcionários na empresa onde eu trabalhava, e acabei demitida. Como sempre fui muito energética, queria fazer algo que me motivasse como pessoa e como profissional, então decidi fazer o intercâmbio. Estudar inglês sempre foi um grande desafio para mim. Descobri o programa de estudo + trabalho como uma forma de aprender o idioma e ter um suporte financeiro. Na Irlanda, trabalhei como faxineira, caixa de estádio de futebol e garçonete para uma empresa que fazia eventos para a alta sociedade de Dublin. Sofri alguns perrengues por não saber direito o idioma no começo e também por estar em trabalhos exaustivos, com um esforço físico muito grande. Mas fui embora conhecendo várias culturas e com um nível avançado de inglês, o que para mim foi algo surreal, uma coisa que até eu duvidava (risos). Trabalhar me deu fluência no idioma”.
High School
Laís Stephano Feba
Estudante, 17 anos
Cinco meses em Kamloops, Canadá
“Fazer o high school no exterior foi, sem dúvidas, uma das melhores escolhas que já fiz até hoje. Como amante de biologia, vi uma das maiores diferenças no aprendizado dessa matéria, já que, por lá, eles aprendem em grande parte na prática, com o uso de microscópio e fazendo experiências. A escola dá muito valor à arte e aos esportes, que aparecem na grade horária de muitos alunos. Acredito que os momentos mais marcantes do intercâmbio foram os que eu estava com a família de lá – foi incrível ver como em tão pouco tempo eles (mãe, padrasto, quatro filhos) fizeram me sentir parte deles. Descobri a sensação de liberdade e ganhei uma independência que até então eu não tinha. Descobri-me capaz de correr atrás das minhas necessidades – até porque durante o intercâmbio você descobre que sabonete, xampu e etc. não aparecem milagrosamente no banheiro”.