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O passo a passo, os benefícios e as curiosidades do High School no exterior

A melhor e mais difícil decisão da vida. Assim define Nicole Pizzo sobre o momento que decidiu embarcar em 2018 para uma temporada de um ano em Michigan, nos Estados Unidos. O objetivo? Realizar parte do ensino médio fora do Brasil, naquela que é uma das modalidades de intercâmbio mais visadas por adolescentes: o high school no exterior.

“Todo o aprendizado e todas as situações boas e ruins me transformaram na pessoa que sou hoje, mais madura e decidida”, conta a jovem de 18 anos que hoje cursa nutrição. Estar longe dos pais e do país onde estavam suas raízes foram apenas alguns dos percalços na jornada em terras americanas. “No início, fazer amizades não é uma das coisas mais fáceis”, relembra Nicole. “Porém, quando você vai pegando mais conhecimento da língua local, fica mais fácil de se comunicar e, com isso, de conhecer pessoas novas”.

Ter uma certa dose de conhecimento do idioma é apenas uma das exigências para fazer o high school em outro país. Estar apto para cursar o ensino médio, ter entre 14 e 18 anos, ter boas notas e não ter repetido nenhum ano letivo também são fatores considerados para o jovem ser aceito na escola longe do Brasil. “O ensino médio no exterior aborda a formação do aluno como um todo, permitindo que este desenvolva diferentes tipos de conhecimento, habilidades e aptidões”, diz Eduardo Heidemann, diretor da agência Selo Belta Travelmate.

Nicole é enfática para apontar as diferenças entre as escolas que frequentou no Brasil e a dos EUA: “O sistema educacional por lá permite que o aluno escolha o que quer cursar a cada semestre escolar, visando mais o interesse pessoal e acadêmico de cada um, sendo bastante flexível”, ela diz. A metodologia de ensino também varia: “Tiveram dias em que a gente simplesmente saiu da sala para fazer uma caminhada e debater os assuntos de aula”.

A autonomia dos estudantes no exterior para complementar sua grade horária chama a atenção de qualquer aluno brasileiro. Matérias regulares, como física e matemática, dão as caras na classe. Mas Nicole viveu na escola uma realidade que pouca gente tem a oportunidade: “Eu fiz nutrição & culinária, levantamento de peso olímpico e uma aula chamada ‘personal living’, na qual você aprende a lidar consigo mesmo e a entender o comportamento alheio”, conta a jovem. Como foi a experiência? “Incrível”, ela garante.

Do outro lado do mundo

Os países de língua inglesa são os mais populares entre aqueles escolhidos por jovens que buscam o high school no exterior, mas destinos como França, Alemanha, Suíça, Holanda e Escandinávia também aparecem entre os favoritos, garante Eduardo.
Felipe Bonatto de Assis fez um semestre do ensino médio em inglês, mas cruzou alguns mares até chegar, no início de 2017, ao local onde escolheu para viver e para estudar: Wellington, a capital da Nova Zelândia. “Eu sempre gostei de viajar e de vivenciar novas experiências, de forma que, ao combinar esses dois aspectos, me veio na cabeça a ideia de fazer um intercâmbio”, diz o jovem de 18 anos que hoje estuda Direito e Administração.

Tal como os EUA, a Nova Zelândia também dá a oportunidade dos alunos de ensino médio organizarem a sua grade de estudos com bastante liberdade: “Havia a possibilidade de escolher entre mais de 30 disciplinas, mas, infelizmente, para revalidar o período escolar do intercâmbio no Brasil, é requerido que o intercambista estude pelo menos cinco das disciplinas tradicionais”, lamenta Felipe. Em meio ao amplo leque de matérias oferecidas (culinária, teatro, cinema e fotografia estavam entre elas), ele optou por estudar economia.

Seja no esquema boarding school (quando o aluno vive em residências estudantis da própria escola), seja morando com famílias locais (casos de Nicole e de Felipe), o high school no exterior é daquelas experiências marcantes para qualquer estudante do ensino médio. Procure uma agência Selo Belta para definir os detalhes do intercâmbio e embarque nessa!

RAPIDINHAS

Fora da escola, como era a rotina?
“Eu gostava muito de ir ao centro da cidade depois da aula para caminhar. Passava pela orla e, quando estava sol, ia para a praia. Eu me voluntariei para ser técnico do time feminino de futebol do meu colégio. Foi uma das experiências mais gratificantes que já tive, pois pude ajudar as meninas a aprender um pouco mais de futebol, um esporte que amo” – Felipe

“Frequentava a academia todos os dias. Sempre tinha algum evento rolando no final de semana com os amigos de escola. Cheguei a fazer três viagens com minha host family, e saíamos muito para comer fora ou para ir a parques” – Nicole

Sentiu os benefícios de ter estudado fora?

“Sim, e muito. Passei a enxergar as coisas de maneira diferente, a dar importância ao que de fato eu devia, voltei muito mais maduro. O intercâmbio me ajudou a lidar melhor com as situações e com as pessoas, a ter mais paciência, trabalhar melhor em grupo, buscar sempre ajudar o outro, ser simpático, coisas que me trouxeram inúmeros benefícios” – Felipe

“Foi muito importante, pois o intercâmbio me fez crescer e amadurecer sozinha, além de me fazer a resolver meus problemas sem a ajuda de pai e mãe, a organizar meus gastos, a me impor melhor em certas situações, a respeitar mais o próximo, a valorizar ainda mais cada detalhe e a descobrir os meus princípios” – Nicole

Ficou com vontade de fazer mais um intercâmbio?
“Tenho o sonho de fazer uma pós-graduação ou mestrado/doutorado no exterior. E, se surgir a oportunidade, também um intercâmbio de trabalho durante as férias” – Felipe

“Com certeza. Se pudesse, passaria a vida fazendo intercambio em cada país/estado diferente, conhecendo todas as culturas” – Nicole

DE MÃE PARA FILHA

Solange Urioste é diretora da agência Selo Belta SIS Intercâmbio e tem conhecimento de sobra quando o assunto é high school no exterior, não apenas no profissional, mas também no pessoal: ao longo dos anos, ela enviou suas duas filhas para fazer o ensino médio fora do Brasil. A experiência, ela garante, é cheia de benefícios para o desenvolvimento dos jovens. Para além do currículo, listamos aqui 5 deles citados pela especialista:

  • Amadurecimento do adolescente;
  • Construção de novos vínculos sociais;
  • Organização financeira e nos estudos;
  • Valorização da família, dinheiro, amigos e país de origem;
  • Aprendizado em lidar e aceitar as diferenças.

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