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GIRL POWER

O intercâmbio as transforma, e elas transformam o mundo!

Pandemia, lockdown, distanciamento social, coronavírus… essas foram algumas das expressões que invadiram a nossa vida em 2020. Só que outras palavras de ordem, importantes para a nossa evolução enquanto sociedade, já estão entre nós há alguns anos – e, felizmente, devem se tornar mais e mais fortes: empoderamento feminino.

O espaço e o papel da mulher na sociedade vêm mudando com o passar dos tempos, e o universo do intercâmbio reflete bem essa mudança. De acordo com a pesquisa de mercado selo Belta 2020, as mulheres corresponderam a 62% do público engajado com uma viagem internacional de estudos em 2019, uma tendência que segue em crescimento ano após ano.

Lívia de Liz, gerente de marketing e vendas da agência selo Belta TravelMate, viu essa evolução nos próprios atendimentos. “Até meados de 2010, nosso público era majoritariamente masculino”, ela reflete, e adiciona que “a realidade mudou acompanhando os avanços que o movimento feminista vem trazendo para as mulheres nos últimos anos e, principalmente, na última década”.

“Isso tem acontecido pelo fato de as mulheres estarem conseguindo se desprender dos antigos padrões impostos pela sociedade e enxergando novas possibilidades para a vida pessoal e profissional, além de só casar e ter filhos. Elas querem investir na carreira e precisam se destacar profissionalmente”, opina Roberta Gutschow, diretora da agência selo Belta Roda Mundo. “Além disso buscam bem-estar e novas experiências pessoais”.

Quem se encaixa perfeitamente nessa descrição é Sônia Maria Freire, que não apenas quebra barreiras de gênero como também de idade. Desde 2018, a médica aposentada de 76 anos engatou quatro intercâmbios na sequência com objetivos bem simples, mas libertadores: “quis ter uma vivência diferente, fazer turismo e estudar”.

Com a experiência de vida e de viagens de estudos para países como Malta, Irlanda, Inglaterra e África do Sul, Sônia conta que não se deparou com nenhuma situação especial pelo fato de ser mulher viajando para lugares com o objetivo de aprimorar o inglês e conhecer mais das culturas locais. Mas faz a ressalva: “Sabemos que a vida da mulher é uma constante luta. Em certos países muitos ganhos já foram incorporados ao cotidiano, mas em outros a situação ainda é muito difícil, e coloco o Brasil nesse patamar”.

Segundo relatório divulgado em 2019 pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 92° lugar entre 153 países do mundo quando o assunto é desigualdade de gênero.

Até quando?

“As mulheres estão mais poderosas e, com isso, são mais decididas sobre o que querem”, analisa Roberta, da Roda Mundo. Sua voz ecoa nas palavras de Natália Sorrentino, que, aos 33 anos, já tem duas experiências de intercâmbio na bagagem.  “Acho que as mulheres são tão capazes quanto os homens de ir atrás de seus sonhos”, ela diz, por experiência própria.

A primeira viagem de Natália aconteceu em março de 2011. Foram dois anos na Irlanda que serviram não apenas para desenvolver a fluência no inglês mas também para se transformar em uma outra pessoa. “Você amadurece, torna-se responsável por você mesma, precisa lidar com a consequência das suas escolhas, cai, levanta, quantas vezes forem necessárias”.

A experiência foi tão recompensante que levou a profissional do ramo da hotelaria a se dedicar, em 2017, a um novo intercâmbio, dessa vez para a Argentina. Em Buenos Aires, porém, vivenciou o que nenhuma mulher deveria sofrer em canto algum do mundo. No metrô, em direção a um festival de rua na capital argentina, um homem sentou-se ao seu lado. O vagão estava praticamente vazio. O homem começou a se tocar nas partes íntimas. “Quando me dei conta, levantei na hora e sentei-me, tremendo inteira, ao lado de uma mulher. Vendo minha reação, ela saiu correndo do trem na parada seguinte”.

“É difícil explicar algo que simplesmente não deveria acontecer, mas a questão é que houve um abuso de poder por parte do sexo masculino e eu me senti impotente perante os atos”, ela pontua sobre uma questão que afeta diversas mulheres pelo mundo. Até quando?

Rumo à equidade

Natália frisa que o acontecimento não a amedrontou a ponto de fazê-la desistir de seu sonho. Ela seguiu em frente. Além da fluência no espanhol e de fazer viagens pelo país com os amigos de curso, teve a oportunidade de trabalhar em um hostel, onde, ela destaca aos risos, “conheci meu namorado inglês, em um relacionamento que existe até hoje”. 

“O importante não é destacar os desafios que tanto homens quanto mulheres encaram, mas sim, trazer que cada vez mais mulheres se sentem seguras para viajar – sozinhas ou não”, analisa Lívia, da TravelMate. “É claro que todos esses aspectos tem um peso diferente para mulheres em sociedades patriarcais e muitas vezes machistas, mas estamos avançando em direção à equidade de gênero na realização de intercâmbios assim como em qualquer outro aspecto analisado a partir da perspectiva de presença feminina”.

Mais do que um meio de transformação pessoal e profissional, o intercâmbio é também uma forma de, viagem a viagem, experiência após experiência, mudar o mundo, transformando-o em um lugar mais igualitário entre os gêneros. “A organização social patriarcal persiste tolhendo de muitas formas as ações femininas. As mulheres já eternizaram grandes ações na sociedade, mas necessitam de mais espaço para mostrar e desenvolver toda a potencialidade de trabalho em igualdade de condições com os homens”, arremata Sônia. O empoderamento feminino –  e o intercâmbio – estão aí para isso.

Os 10 países mais igualitários entre os gêneros*

(*fonte: Fórum Econômico Mundial)

1 – Islândia

2 – Noruega

3 – Finlândia

4 – Suécia

5 – Nicarágua

6 – Nova Zelândia

7 – Irlanda

8 – Espanha

9 – Ruanda

10 – Alemanha

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