Férias, aquele período de ficar de pernas para o ar e relaxar até a retomada das aulas, certo? Não exatamente. Há quem prefira tirar esse tempo fora da escola para estudar, mas com um detalhe: distante do Brasil, em um intercâmbio pensado para o momento.
“Eu queria fazer um intercâmbio de longa duração, porém não sabia se me adaptaria com as mudanças, então o mês que passei no Canadá serviu como uma experiência para uma futura viagem”, conta Gabriela Catarin, que, aos 17 anos, encarou em janeiro de 2018 a experiência de um programa de férias no Canadá acompanhada de um grupo de outros 20 adolescentes – uma constante nesse tipo de viagens de estudos para fora do Brasil.
Os programas de férias, como o nome deixa claro, são elaborados levando em consideração o período de recesso escolar no Brasil, justamente para não comprometer o ano letivo. Mas a viagem não se resume apenas à sala de aula, onde o idioma do país escolhido será aprofundado. “A carga horária do curso é curta para que os alunos possam ter um tempo livre para a diversão com os colegas”, explica Viviane Cordeiro, analista de marketing da Agência Selo Belta Yázigi Travel Intercâmbio, que resume o conceito dessa modalidade de estudos: “O programa de férias é voltado para adolescentes que querem ter uma experiência internacional que vá além de uma simples viagem de férias”. Que o diga a gaúcha Anna Carolina Kirst, de 17 anos. A estudante também passou um mês em Toronto e Montreal, no Canadá, e, em vias de concluir o ensino médio, optou por uma experiência de curta duração para “logo ingressar na universidade”. Isso não quer dizer, contudo, que o período não tenha sido intenso. “O intercâmbio me proporcionou muitos momentos em que tive que ‘me virar’, pois não tinha meus pais para me ajudar nas horas de aperto”, ela relembra.
“Isso me ajuda bastante a ser mais independente e a saber me relacionar com pessoas que pensem diferente de mim, com outras culturas e outra língua”.
Além do lazer e o aprofundamento em um idioma, a viagem de estudos também pode ter um foco mais específico e vocacional, pensada para jovens que já estão de olho na universidade, com a intenção de se preparar para o curso superior ou até mesmo, no futuro, fazê-lo fora do Brasil. “Esses programas podem acontecer dentro de universidades renomadas, como Columbia, Yale, New York Film Academy, ou serem ministrados por grandes empresas, como o The New York Times”, destaca Rui Pimenta, diretor nacional de vendas da Agência Selo Belta STB. Ele, contudo, faz a ressalva: no geral, “esses campi são individuais, ou seja, o estudante não viaja com um grupo de brasileiros, mas sozinho, e por lá encontra outros estudantes do mundo inteiro durante o programa”.
Canadá e Estados Unidos aparecem como os destinos favoritos dos jovens, embora não sejam poucos os que escolhem outros países na Europa e até mesmo na Oceania, como Nova Zelândia e Austrália, para o intercâmbio durante as férias. O programa, em vias gerais, é destinado a adolescentes entre 12 e 18 anos (mas certas escolas acolhem jovens de até 8 anos) que têm como opção se hospedarem em campi dos próprios centros de estudo ou em casas de família – esta, uma opção que sempre rende frutos. “A host Family teve um papel muito importante na minha estadia ao falarem que meu inglês é ótimo”, conta Gabriela. “Isso me deu muita confiança na minha fluência, que agora acredito existir!”.
Férias x High School ou Línguas?
Por que optar por um programa de férias e não pelo high school ou um intercâmbio de línguas? “Por terem uma duração consideravelmente menor, os programas de férias são uma excelente oportunidade para o estudante adolescente fazer o seu primeiro intercâmbio”, aponta Pimenta. “É uma ótima amostra de como é viajar para o exterior sem a presença dos pais, tendo que arcar com as suas responsabilidades, lidar com o dinheiro, mas ainda com a segurança de contar com a presença de monitores ou guias durante o programa”.
“Alguns alunos de programa de férias acabam se tornando um aluno de high School”, complementa Viviane, que ressalta que a participação de um é consequência non outro, que mantém algumas diferenças de requisitos na participação. “Muitos pais enviam seus filhos para o programa de férias para se aventurarem nessa primeira experiência no exterior sozinhos, colaborando no desenvolvimento da própria autonomia. Assim, eles estarão mais confiantes e motivados a sair da zona de conforto e enfrentar os dilemas do dia a dia. Essa experiência é única e ela modifica a vida do intercambista e de toda a família.
A questão do tempo, que impacta no aspecto financeiro, faz com que a popularidade desse tipo de programa com jovens estudantes seja alta – ou apenas o primeiro passo de uma nova e mais duradoura experiência no exterior. “O intercâmbio foi uma experiência incrível, sempre tive o desejo de conhecer diversos países”, diz Gabriela sobre o período fora do Brasil. “Depois da viagem, esse sonho ganhou força, e agora tenho muita vontade de ir para a Austrália, aperfeiçoar ainda mais o inglês, ou para a Alemanha, aprender alemão”.
PERÍODO | DURAÇÃO | PARA QUEM | PRINCIPAIS DESTINOS | FLUÊNCIA NO IDIOMA | |
PROGRAMA DE FÉRIAS | Recesso escolar (julho/janeiro) | Cerca de 1 mês | Estudantes de 12 a 18 anos | Canadá, Estados Unidos | x |
HIGH SCHOOL | Semestre ou ano letivo do país escolhido | 6 meses/1 ano | Estudantes no ensino médio ou em vias de ingressar | Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Suiça | Intermediário/Avançado |
INTERCÂMBIO DE IDIOMA | Ao longo do ano | A partir de 1 semana | Todas as idades (algumas escolas não ceitam menores de 18( | Canadá, Estados Unidos, Irlanda, Malta, Reino Unido | x |