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Escolher destino menos popular pode melhorar custo-benefício do intercâmbio

Malta aparece como um dos destinos novos mais procurados por intercambistas para aprender inglês. O país é uma ilha de colonização inglesa, que fica no Mediterrâneo, ao sul da Itália Wikimedia Commons
Planejar um intercâmbio em países ou cidades menos “tradicionais” e com menor procura de estudantes pode melhorar o custo-benefício da experiência — em preço e em aproveitamento da cultura local e contato com habitantes nativos. Essa é a aposta das agências de intercâmbio.

Exemplos disso são Malta, África do Sul e China, que passaram a ser procurados por brasileiros para o aprendizado de inglês nos dois primeiros casos e de mandarim no último. A informação é de uma pesquisa realizada pela Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais).

“Malta e África do Sul estão em uma curva bem crescente pelo fato de muitas pessoas ainda precisarem aprender o inglês”, afirmou a gerente comercial da agência Experimento, Emília Miguel. Segundo ela, a escolha é “fácil” por causa dos preços mais em conta que os tradicionais Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. No caso de Malta, explica Emília, existe ainda a vantagem de estar na Europa e facilitar o turismo no Velho Mundo.

Já o interesse pela China se dá por conta de seu gigantismo — e das possibilidades de novos mercados e negócios que o país pode oferecer. Segundo Emília, esses estudantes “já falam bem inglês e querem arriscar aprender outras coisas”.

Cada um dos destinos têm vantagens e desvantagens — na África do Sul , por exemplo, ainda há marcas do apartheid e relatos de violência urbana nos grandes centros. Antes de se decidir, convém que o intercambista faça uma boa pesquisa.

Cidades diferentes em países tradicionais
“Aconselho também países tradicionais como Inglaterra, Austrália e Estados Unidos, mas em cidades diferentes [menos procuradas para intercâmbio de idiomas]. Na Austrália, por exemplo, a gente encontra escolas fantásticas na Tasmânia, inclusive para High School (ensino médio)”, afirmou Carlos Robles, presidente da Belta.

A gerente de produtos da agência de intercâmbio CI, Luiza Vianna, acredita que existe uma preocupação dos estudantes de ir para lugares com menos brasileiros, o que não acontecia tanto antes. “Ao escolher uma cidade como Bristol, na Inglaterra, você tem menos brasileiros [do que em Londres, por exemplo] e tem uma experiência muito mais autêntica do cotidiano e do povo inglês”, disse Luiza.

“Dependendo da cidade, o bacana é que as pessoas são muito mais acolhedoras. Em algumas cidades que não são acostumadas com tanto turismo, como Edimburgo — que não é uma cidade pequena, mas não está na rota de turismo –, as pessoas param na rua e te ajudam”, disse a gerente da CI.

Escolha tem relação com perfil do estudante
De acordo com Carlos Robles, o custo-benefício de ficar em uma cidade pequena nos países tradicionais é bem melhor. “Com um custo de vida mais barato, o estudante economiza e pode fazer outras coisas”, orienta.

Outra vantagem de ir para um país que ainda não seja tão procurado para intercâmbio, segundo o presidente da Belta, é que geralmente eles estão tentando entrar nesse mercado e, por isso, irão fazer mais ofertas e oferecer grandes vantagens.

“Sempre aconselho o pessoal a optar por home stay [moradia em casa de família], pois permite que você se integre com a cultura, converse com alguém que mora no país, que é um cidadão de lá. Sempre fico em casa de família, você sai, conhece os amigos deles e ele podem te dar dicas até sobre onde comprar mais barato”, contou Robles.

O presidente da Belta acredita que, mesmo com todos os outros fatores, a escolha do destino tem relação direta com o perfil do estudante: “Acho que o perfil de cada um já é mas ou menos definido.

Quem busca Nova Iorque ou Los Angeles não é o mesmo que vai buscar China ou Austrália — ou é quem já fez [intercâmbio] e busca novas alternativas.”

Fonte: UOL Educação

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