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Quer estudar fora, trabalhar e ganhar euros? Malta agora aceita brasileiros

A ilha de Malta, ao sul da Itália, mas onde se fala inglês, tem atraído muitos brasileiros para estudar a língua lá -uma escola registrou aumento de 30% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2017.

Agora há um atrativo adicional: desde o começo do ano, o país passou a permitir que estudantes não europeus – incluindo brasileiros – trabalhem enquanto fazem curso de idiomas. É uma opção a mais para quem pensa em trabalhar em outro país, mas quer evitar destinos tradicionais como Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

Mas isso não significa chegar ao destino com trabalho garantido. Será preciso cumprir uma série de regras do governo maltês. Uma delas é que o estudante só pode trabalhar no país a partir do 91º dia de permanência, disse Jéssica Cunha Carvalho, coordenadora de produtos da CI Intercâmbios e Viagens.

“O estudante sai do Brasil com um curso de idioas de 12 semanas acertado. Quando chega a Malta, ele pede para estender o curso e dá entrada no visto de estudante. A partir daí, ele pode começar a preparar a documentação para pedir a permissão de trabalho. Mas ele só poderá trabalhar mesmo a partir do 91º dia.”

Rui Pimenta, diretor nacional de vendas do STB, afirmou que o trabalho é limitado a 20 horas por semana. Além disso, o estudante deverá ter presença frequente nas aulas de idiomas. Se não participar do curso, pode perder a licença para trabalhar e o visto.

Oportunidades em hotéis, restaurantes e bares

Maura Leão, presidente da Belta (Associação das Agências de Intercâmbio no Brasil), disse que, como as regras são novas. ainda não dá para saber quais áreas oferecerão mais oportunidades. “A gente ainda não sabe se o mercado vai absorver esse número de brasileiros que porventura poderão ir para lá. Possivelmente, trabalharão na área de serviços, como hotéis, restaurantes e bares.”

A presidente da Belta disse que o trabalho em Malta servirá mais como uma ajuda de custo para os estudantes do que para juntar dinheiro. A coordenadora de produtos da CI concorda e disse que o salário deve ficar, em média, 5 euros (R$22) por hora.

Além do salário e da área em que vai trabalhar, os estudantes devem considerar a época em que vão para o país. “Malta é um destino exótico. Os brasileiros têm buscado esse destino pelo clima, por ser uma região praiana. É preciso lembrar que é um lugar muito relacionado à questão da sazonalidade. De junho a setembro é a melhor época, quando acontecem mais eventos, e, com isso, o país recebe mais turistas. Já no período do inverno [dezembro a março], a dificuldade para conseguir um emprego pode ser maior”, disse Pimenta.

O que fazer para trabalhar e estudar em Malta?

Os estudantes de idiomas que vão a Malta chegam ao país com um visto de turista com permanência permitida de 90 dias. Se quiserem ficar mais do que esse período, será preciso pedir uma extensão do curso.

Esse pedido pode ser feito a partir do 21º dia no país e será necessário comprovar condições financeiras para ficar em Malta. “Se ele já tem acomodação paga, ele terá que comprovar que pagou essa acomodação e que tem mais 25 euros por dia de curso. Se ainda não pagou a acomodação, terá que comprovar que tem 48 euros por dia”, disse Carvalho.

Se o pedido for aceito, o aluno receberá um visto de estudante. Ou seja, não será dado um visto de trabalho, mas sim uma permissão temporária para exercer atividade no país. Ele pode começar a procurar emprego, mas só poderá trabalhar mesmo a partir do 91º dia.

O site disponibilizado pelo governo para procurar emprego é o Jobsplus. É preciso que um empregador decida contratar esse estudante para que a permissão de trabalho seja emitida. O empregador pode até ter de provar que não encontrou um candidato para o cargo dentro da União Europeia. O estudante deve lembrar que, mesmo que consiga um emeprego fora da plataforma, precisará fazer o cadastro no Jobsplus.

Além disso, se o estudante quiser mudar de emprego nesse período, terá que dar entrada em uma nova solicitação de permissão de trabalho.

Outro lembrete dos especialista é que, durante esse período de trabalho, é preciso continuar estudando. A frequência nas aulas deve ser de 75%. Caso falte mais do que o permitido e sem justificativa, a escola pode avisar o governo, e tanto a autorização de trabalho quanto o visto de estudante poderão ser revogados. É permitido ficar no país por um ano no máximo.

Fonte: UOL Economia – Empregos e Carreiras

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