O inglês, idioma mais popular para quem deseja aprender uma nova língua, deixa de ser um diferencial para tornar-se pré-requisito obrigatório no mundo de hoje
Sol, praia, mar, cultura, história e ótima reputação como destino turístico. Mas o que levou de fato Marília Bobb a Barcelona foi um objetivo pessoal: “Eu fui para lá estudar espanhol”, ela relembra do foco de sua experiência de 3 meses na capital catalã, realizada por meio de uma Agência Selo Belta. “Sabia que era importante ter uma terceira língua e resolvi dar uma chance. E aí, acabei me apaixonando pelo idioma”.
O caso da estudante, hoje fluente no castelhano, tem tudo para se tornar uma tendência em um futuro próximo. “Falar inglês deixou de ser um diferencial há tempos”, diz Nathalle Peres, gerente de Marketing da Agência Selo Belta EF Brasil, sobre a importância de uma terceira língua. “Com as pessoas cada vez mais conectadas globalmente, o inglês passou a ser o idioma oficial para todos aqueles que desejam eliminar barreiras geográficas”.
Marília hoje vive em Nova York, onde cursa a faculdade de pedagogia. O inglês, na ponta da língua desde os tempos de ensino médio, é a principal forma de comunicação na sala de aula e na rotina. “Mas por aqui há gente de todo o mundo, a população latina também é imensa, então falar espanhol ajuda bastante e me coloca à frente de muitos americanos”.
É justamente o aspecto cosmopolita da cidade americana que se reflete em multinacionais espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. Mais do que ser um diferencial, o inglês é, hoje, obrigatório em muitas empresas, seja qual for o cargo. “O Facebook, por exemplo, é uma empresa global que atua no Brasil e exige que todos sejam fluentes no inglês, desde os estagiários até os diretores”, diz Peres sobre um padrão adotado em muitas companhias.
Estude um, pratique dois
De acordo com a Pesquisa de Mercado Selo Belta de 2016, o principal produto vendido pelas agências de intercâmbio no Brasil são os cursos de idioma. Os países anglofalantes dominam entre os destinos mais procurados – e o Canadá, no topo da lista da preferência, é, curiosamente, bilingue, com regiões onde o francês é a língua principal.
Uma vantagem indireta para quem investe no aprendizado do terceiro idioma no exterior é, justamente, praticar a própria língua inglesa. Países como Alemanha, Holanda e Suécia, para ficar entre alguns centros europeus, contam com grande parte da população fluente no inglês. Ocasionalmente, conversas no idioma – muitas das quais podem ocorrer com os próprios companheiros de curso – são uma boa maneira para ‘desenferrujar’ um idioma cuja prática pode permanecer dormente sem oportunidades de exercê-lo no dia a dia.
Mas não caia na tentação de apelar para este recurso a todo momento. “Quando um aluno se propõe a desenvolver a proficiência de um novo idioma, o foco deve ser este”, alerta Peres. “O esforço em usar o aprendizado de sala de aula no dia a dia vai depender muito do esforço do aluno em se comunicar no idioma que ele gostaria de aprender”.
Primeiro o inglês… e depois?
Escolher um terceiro idioma para chamar de seu não é necessariamente das tarefas mais fáceis. Afinal, vale lembrar que são mais de 7 mil línguas faladas em todo o globo. Uma forma excelente para chegar à decisão é o uso de filtros profissionais. Pesquise quais são as línguas mais interessantes dentro da sua área de atuação – para um chef de cozinha, o francês pode ser uma opção deliciosa, tal como o italiano cai muito bem para quem é do universo da moda. Trabalhos com mercado exterior? Tanto o mandarim, idioma principal da China, quanto o castelhano, falado pelos vizinhos do Brasil, podem ser opções interessantes.
Palavra do especialista
Gestora de carreiras, Andrea Deis fala sobre a importância do terceiro idioma
O inglês como segunda língua já deixou de ser um diferencial para ser essencial?
Não só o inglês como também espanhol. A comunicação é essencial para que possamos ampliar as nossas oportunidades de mercado. O Esperanto foi idealizado para ser uma 2ª. língua de todos os povos, que deveria ser falado e entendido por todos. Hoje quem faz este papel é o inglês.
Quais as vantagens de ter no currículo um terceiro idioma, além do inglês?
O terceiro idioma amplia a possibilidade de fluência com outros nativos, o que para empresas, principalmente as multinacionais, hoje é essencial.
– O que levar em consideração na hora de escolher um terceiro idioma?
Os objetivos, as tendências dentro do seu nicho e onde pretende atuar. Com a economia chinesa crescendo, o Mandarim, cada vez mais, tende a ocupar um lugar de destaque.
– Quais são, além do inglês, outras línguas valorizadas pelo mercado na atualidade?
Espanhol, Mandarim e Alemão.
– Existe uma progressão na carreira associada à fluência em novos idiomas?
Sim, novos idiomas no currículo abrem portas. Porém apenas os idiomas, sem as competências e habilidades necessárias para a posição, não são suficientes.