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1,2,3, Câmbio: o preparo financeiro para o intercâmbio

Como tirar do papel a viagem de estudos para fora do Brasil sem estourar o orçamento

Sonhar não custa nada, já diria o popular. Mas, para tirar um intercâmbio do papel, pensar nos custos da viagem de estudos é primordial. O peso da questão financeira no planejamento é tamanho que a Pesquisa de Mercado Selo Belta 2017 aponta que o câmbio favorável é o aspecto que mais influencia na hora de escolher um país como destino.

Nathália Ferreira da Silva sempre sonhou em realizar um intercâmbio. À medida que a faculdade chegava ao fim, a então estudante de marketing começou a frequentar feiras de intercâmbio e a fazer pesquisas sobre possíveis destinos e cursos. Foi aí que a África do Sul apareceu em seu caminho. O país foi recomendado por um professor de inglês nascido na Nigéria. Além do estilo de vida, da natureza e da cultura riquíssimas, a nação africana chamou a sua atenção pelos custos mais baixos, favorecidos pelo câmbio – o Rand, moeda local, vale cerca de quatro vezes menos que o Real. “Lá, teria a oportunidade de fazer um curso de 6 meses, enquanto em outros países, o curso seria de apenas 3 meses”, ela conta.

Antes de embarcar para Cape Town, Nathália montou uma planilha com todos os gastos previstos – custo do intercâmbio, hospedagem, passagem aérea, seguro-saúde, visto –  e aqueles imagináveis. “Comecei a baixar na Internet os cardápios de restaurantes que fiquei com vontade de conhecer e a analisar os valores para os passeios interessantes na cidade. A cada dia, o meu preparo financeiro estava cada vez mais rico”, ela diz sobre a preparação.

Intercâmbio x Trabalho

Uma das maneiras de amortizar os custos do intercâmbio é buscar um trabalho no destino escolhido para estudar fora do Brasil. Nem todos os países, contudo, oferecem essa opção. “Na África do Sul, a única possibilidade de trabalho é o voluntariado”, pontua Nathália, que também levou em consideração esse ponto. “Outros países oferecem a oportunidade de estudar e trabalhar, mas tive que pensar na possibilidade de que se eu não conseguisse um trabalho, seria bem mais complicado me manter durante o intercâmbio, tendo em vista a moeda que seria bem mais valorizada que o Real – fosse ela o Dólar, o Euro ou a Libra”.

“Para o intercâmbio, o visto, quando necessário, será sempre o de estudante”, explica Luana Lorenzi, coordenadora da agência selo Belta Intercâmbio Global. O que difere um destino do outro é que certos países têm uma permissão de trabalho atrelada a esse visto. A especialista exemplifica: “Para o caso de estudos de inglês, os países que tem esse tipo de permissão são Austrália, Irlanda e Nova Zelândia, lugares onde, no geral, você pode trabalhar 20h semanais enquanto estuda, o que equivale a um emprego de meio período”.

O trabalho é uma forma de ajudar o estudante a se manter no exterior. Mas os ganhos da experiência não se resumem ao aspecto financeiro. “É mais uma forma de você melhorar o idioma e de botar em prática tudo aquilo que vem aprendendo, além de botar o estudante para conviver com a população nativa e ter contato direto com a cultura local”, pontua Luana. Enriquecer, como prova o intercâmbio, é uma questão que vai além do dinheiro.

Montanha-Russa cambial: como se precaver

A variação cambial e o valor das moedas é cheio de altos e baixos. Roberta Gutschow, diretora da agência selo Belta Roda Mundo, dá três dicas preciosas para você se precaver e não perder dinheiro andando na montanha-russa que coloca o valor das moedas

1) Inclua na sua planilha de gastos uma porcentagem a mais considerando variações cambiais. Exemplo: em cima do valor total da viagem, adicione cerca de 10% a 15% para ter uma margem de segurança no caso de uma variação cambial para cima.

2) Antes de fechar negócio, saiba como funciona a política de cancelamento do seu intercâmbio. Caso aconteça uma variação cambial muito grande que comprometa o seu planejamento financeiro, é importante ter ciência das multas e outras penalidades financeiras em decorrência do adiamento ou desistência da viagem.

3) Compre aos poucos a moeda que vai levar para os gastos pessoais durante a viagem. A partir do momento que o intercâmbio esteja fechado, comece a comprar, todo os meses, um pouco da moeda do país que vai estudar. Dessa forma, no fim, você garante um preço médio da cotação – algo melhor do que ficar adivinhando ou contando com a sorte.

Saving money
De volta da África do Sul, Nathália Ferreira da Silva (que também é analista financeira) dá dicas valiosas para você poupar durante o intercâmbio

– Faça uma planinha com todos os seus gastos;

– Sempre trabalhe com uma “gordura” no orçamento. Se a média de gastos será 100, considere por segurança 150 para se precaver diante de imprevistos;

– Considere um período de acomodação inferior àquele de sua estadia total. Uma possibilidade futura é compartilhar a estadia com um colega de curso para economizar.

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